Afrânio Silva Jardim- Professor associado de Direito da Uerj


Publicado hoje no Facebook

Faço de suas palavras as minhas. Mas já me tornei um " RADICAL" com esse tipo de gente.


NÃO TENHO MAIS PACIÊNCIA E VOU ME TORNAR UM RADICAL, AO MENOS EM UM CERTO ASPECTO!!!


Disse aqui, disse em sala de aula, tenho dito em todos os lugares: por mais que procuremos democratizar os debates, duas posturas não aceito de forma alguma: racismo e ditadura militar.

Talvez seja em decorrência da idade, talvez seja também em decorrência do obscurantismo que grassa em nossa sociedade, talvez seja mesmo em decorrência de estarmos vendo relegados os nossos melhores valores, estamos assumindo posições mais rígidas no convívio social, estamos reconhecendo a divisão ora existente em nosso país, ainda que isto possa ter alguma dose de “maniqueísmo”.

Estamos assistindo à derrocada de nossos melhores valores, aqueles que fundamentam um novo modelo de sociedade e que dão lastro à nossa luta por uma sociedade mais fraterna e generosa, onde seja permanente a busca por justiça social, busca por vida digna para todos e todas.

Desta forma, torno público que não mais me relacionarei com qualquer pessoa que eu saiba que pretenda votar ou apoiar o conhecido candidato da extrema direita nas próximas eleições presidenciais (sempre me neguei a mencionar aqui o seu nome).

Podem julgar antidemocrática esta minha atitude. Não me importo, pois acho ingênuo e pernicioso invocar valores democráticos justamente para aniquilar a democracia e o Estado Constitucional.

Vale a pena repetir: não tolero racistas e defensores de ditaduras militares. Quero ficar longe deles e não posso ter a menor estima por pessoas rancorosas e que propagam teses tão danosas à própria condição humana.

Acho até que não poderia viver em uma sociedade onde estas pessoas tenham efetivamente o poder político. Acho até que eu e muitos companheiros e camaradas estaremos em risco concreto em uma sociedade onde predominem as práticas fascistas, muito ligadas aos conservadorismos, aos preconceitos e às atitudes reacionárias.

Eles são falsos moralistas e, cinicamente, se “escondem” atrás de “simpáticas” religiões, as quais não conseguem mitigar a sua índole violenta.

Lamento ter sabido existir este tipo de pensamento autoritário, embora não predominante, em instituições a que pertenci e ainda pertenço. Por favor, fascistas não falem comigo, não se dirijam a mim. Eu os repudiarei.

Este meu posicionamento, que não tem relevância senão para mim mesmo, pode decorrer de uma postura até mesmo juvenil. Que assim seja, pois que a minha permanente rebeldia decorra de meu modo infantil de ser, de meu modo infantil e teimoso de não me adaptar a este modelo consumista e burguês de sociedade.

Afranio Silva Jardim, professor associado de Direito da Uerj


https://www.diariodocentrodomundo.com.br/no-roda-viva-bols…/



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