APOSENTADORIA- LIBERDADE- Meus últimos dias de trabalho após 39 anos de labuta.








Carro rebocado no último dia de trabalho











Da Metalúrgica Emesa no bairro do Rocha- RJ aos 17 anos até a última segunda- feira dia 04/07/2016, 40 anos se passaram, muita luta, suor e lágrimas. Muitas horas extras depois e 10 anos fazendo bico no Maracanã como bilheteiro no meio do caminho. Muitos almoços de domingo perdidos, pois tinha que trabalhar e assim complementar minha renda. Após 18 anos na iniciativa privada, Técnico de Contabilidade pelo SENAC, nível médio, concursado em 1994 aos 35 anos, lá se foram mais 21 anos na maior empresa do Brasil e muita história para contar.Na sexta- feira dia 01/07/2016, atualmente residindo em  Queimados/RJ na Baixada Fluminense aguardando meu "SOPÃO", me dirijo de carro para meu penúltimo dia de trabalho, pois pretendia já esvaziar minhas gavetas e retirando meus pertences, para minha triunfal despedida na segunda. Como não tenho garagem coberta, meu veículo estava imundo, todo empoeirado e somado ao sereno dessa época estava muito sujo. Resolvo passar no Lava- jato da Petrobras em São Cristóvão, pois  não queria que meu automóvel ficasse ao lado de outros mais valiosos daquela maneira. Chegando ao posto em obras,  sou informado que devido o lavador estar  no horário de almoço, não poderia me atender, desistindo do serviço e assim deveria ter seguido direto para o trabalho, mas ao resolver abastecer no posto da Petrobras, passando pela Quinta da Boa Vista, fui parado em uma blitz e rebocado por estar com IPVA e multas atrasado, logo, sem licenciamento do veículo, situação que sempre aconteceu a pelo menos uns 7 anos e nunca tinha sido punido por isso. Qual a diferença nesse dia, deixando cabelo crescer para pintar de amarelo (CRILOURO) e a sujeira do  carro. Muitos ônibus, trem e metro depois, sigo para meu último dia, crilouro (cabelo, barba e sombrancelha pintados de amarelo), como programado a muito tempo, pois nunca poderia fazer isso antes, pois tinha medo de ser discriminado, por já ser negro, origem pobre, brinco e cabeça raspada.
Tive que deixar minhas coisas no maleiro empresa, cumpro minhas últimas obrigações, querendo sair o mais breve possível, sou convocado no final da tarde para homologar um atestado médico com a doutora indagando o porque de tantas ausências e quais motivos, mesmo a tendo informado que já estava de saída. Não sabia porque estava me sentindo tão desconfortável, já no final da consulta veio- me a lembrança que em uma situação recente, onde tivemos uma discussão sobre racismo, preconceito e tive que ouvir da profissional a seguinte frase: "QUE TANTA DOENÇA É ESSA|!?!?". No final do dia me vem a ideia de enviar uma mensagem de despedida, onde no assunto coloco: " NÓS SAÍMOS DA PETROBRAS, MAS ELA NUNCA SAIRÁ DE NÓS"...rs... No corpo da mensagem: " Depois de 21 anos, 17 só nessa gerencia, TCHAU, FUI!!!!".

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