Nelson Triunfo- Cultura Brasileira

    


Nelson Gonçalves Campos Filho, (Sítio Caldeirão, Triunfo, Pernambuco, 28 de outubro de 1954) é um dançarino de breaking e ativista social brasileiro, tendo ganhado notoriedade como um dos precursores da cultura hip-hop no país, Nelson foi um dos principais dançarinos de soul e breaking do Brasil[1] . Sua biografia foi lançada em 15 de março de 2014 pelo jornalista Gilberto Yoshinaga, com o título Nelson Triunfo - Do Sertão ao Hip-Hop.

Vida e obra[editar | editar código-fonte]

Foi criado no Sítio Caldeirão, na divisa de Triunfo com o sudoeste paraibano, até os 16 anos, quando foi morar sozinho em Paulo Afonso (Bahia), para estudar e trabalhar. Já era apaixonado por música e dança, mas foi lá que conheceu a música de James Brown, que mudaria sua vida, e formou sua primeira equipe de dança, chamada Os Invertebrados.
Depois de residir três anos na Bahia e mais três no Distrito Federal, lá tendo residido nas cidades-satélites de Ceilândia e Sobradinho, mudou-se para São Paulo em 1977, com o sonho de viver da dança. No mesmo ano fez amizade com Tony Tornado, gravou uma música com Miguel de Deus no disco “Black Soul Brothers” (pérola do original funk brasileiro) e formou uma equipe de dança com o mesmo nome deste disco, que logo mudou de nome para Funk & Cia. Rapidamente, tornou-se destaque nos principais shows e bailes black do Brasil. Na época, algumas pessoas ainda o conheciam como Homem-Árvore, devido à enorme cabeleira black power.
Em 1983, influenciado pelos primeiros passos de breaking (breakdance) que chegavam à mídia, Nelson Triunfo e Funk & Cia levaram a dança para as ruas do centro de São Paulo. Enfrentaram a repressão da polícia, que via naquela manifestação um ato de subversão e desobediência civil – corriam os últimos anos de ditadura militar. Em 1984, o breaking passou a ocupar a estação São Bento do metrô, que se tornou o templo do surgimento do hip-hop em São Paulo – e um dos principais focos da cultura de rua no Brasil.
Ao longo do tempo, Nelson Triunfo tornou-se um ícone da cultura hip-hop, mas sua bagagem cultural é muito mais ampla. Ele mesmo se define como um híbrido de Luiz Gonzaga e James Brown. Atualmente, grava seu primeiro disco solo (depois de ter lançado, em 1990, o LP “Se Liga Meu”, com a Funk & Cia), que terá um repertório bastante eclético e com influências que vão do soul e original funk ao hip-hop e reggae, passando por embolada, frevo, maracatu, forró, baião e outros ritmos regionais brasileiros.
Nelson Triunfo também foi um dos pioneiros nos projetos que utilizam o hip-hop como um instrumento de educação e inserção social, através de oficinas, palestras, debates e outras atividades com crianças e adolescentes, trabalho que desenvolve até hoje. Fruto desta iniciativa, Nelson Triunfo foi um dos responsáveis pelo surgimento, em 1999, da Casa do Hip-Hop de Diadema, projeto em que está envolvido até hoje.
Em maio de 2006, representou o Brasil na Copa da Cultura, em Berlim (Alemanha), que antecedeu a realização da Copa do Mundo. Em 6 de julho de 2008 recebeu das mãos do vereador Chico Macena o Título de Cidadão Paulistano emitido pela Câmara Municipal de São Paulo e, em 7 de outubro do mesmo ano, foi agraciado com a comenda da Ordem do Mérito Cultural, pelo Ministério da Cultura.
A trajetória artística e de vida de Nelson Triunfo foi registrada no livro "Nelson Triunfo - Do Sertão ao Hip-Hop" (editora Shuriken, 368 páginas), de autoria de Gilberto Yoshinaga. Com prefácio do ator Sergio Mamberti, o livro foi lançado em 15 de março de 2014. Um documentário chamado "Triunfo" foi lançado poucas semanas depois.
Em show realizado no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, no dia 8 de novembro de 2014 Nelson Triunfo lançou uma versão preliminar de seu primeiro álbum-solo, chamado "Do Soul ao Hip-Hop", com sete músicas: "Liberdade", "Rimancestral", "Músical Ó", "O vento", "Comum tá diferente", "Quando tudo é bom" e "Como são bonitas as coisas". A capa do disco é assinada pela renomada dupla de grafiteiros Osgemeos. A versão final do álbum, que terá 13 faixas, deverá ser lançada em breve, gravada e produzida junto aos músicos da banda Nhocuné Soul.

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