Taxistas entram em greve , pedem a retirada do app UBER

Taxista diz que ato no Rio não foi 'tiro no pé' após Uber ser app mais baixado
Marcos Bezerra é presidente do Conselho Regional de Taxistas do Rio.
'Não adianta falar que não vamos fazer porque a Uber vai crescer', afirma.

Gabriel Barreira Do G1 Rio

Taxistas realizam protesto contra o aplicativo Uber no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Os manifestantes estão concentrados no monumento em homenagem aos pracinhas (Foto:  José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo)



Taxistas realizaram protesto contra o aplicativo Uber no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. (Foto: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo)



Os taxistas do Rio viveram um dilema na última sexta-feira (24). Insatisfeitos com a concorrência criada pelo aplicativo Uber, que conecta motoristas autônomos e usuários em busca de transporte, eles movimentaram a cidade com um protesto contra o app que reuniu cerca de 4 mil pessoas, segundo os organizadores. A manifestação, que durou seis horas, no entanto, acabou também dando visibilidade ao negócio. Segundo a App Store do Brasil, da Apple, o Uber foi o aplicativo gratuito mais baixado na sexta.

Presidente do Conselho Regional de Taxistas do Rio, Marcos Bezerra, diz que a manifestação tinha de ser feita para alertar aos usuários sobre a "clandestinidade" do aplicativo. "Esta questão é muito relativa, de não fazer nada porque o Uber vai crescer. [O protesto] tem que ser feito e mostrar que o transporte que eles oferecem é clandestino. Não adianta falar que não vamos fazer porque a Uber vai crescer e pode ser um tiro no pé. Não vejo desta forma. Para mim isto é jogada de marketing para que a gente não faça nada", argumenta.

Durante mais de 12h da sexta-feira, a empresa que administra o aplicativo contra-atacou e informou que seus passageiros teriam direito a duas viagens de até R$ 50 gratuitas e lançou a hashtag #oRioNãoPara. O porta-voz do Uber Brasil, Fabio Sabba, disse durante uma entrevista à GloboNews que as pessoas têm que ter o direito de escolher como elas querem transitar pela cidade. Segundo ele, a polarização de táxis contra o Uber não faz sentido.





“A gente sabe que o motorista parceiro do Uber não tem isenção de IPVA quando vai comprar um carro, nem de IPI, ICMS. Ele não precisa de licença porque não é um transporte público, não é uma concessão de transporte público como o táxi é. O Uber na verdade resolveu o problema de assimetria de informação usando tecnologia”, afirmou Sabba.

Em resposta a ação da Uber, o secretário estadual de transportes Carlos Roberto Osório disse que os motoristas poderiam ser multados. "Determinei que o Detro verifique se os veículos particulares estão fazendo transporte de passageiros. Se estiverem, serão autuados".

Já Rafael Picciani, titular da mesma pasta no âmbito municipal, disse que não pretendia regulamentar o aplicativo. “Nessa manifestação, mais do que combater a pirataria, o importante é apoiar os taxistas e entender o ponto de vista deles. Não pretendo regulamentar o Uber nem qualquer outro aplicativo de transporte de passageiros. Enquanto a Justiça não se pronunciar sobre essa empresa, a prefeitura não vai aceita-la. Vamos pedir à Justiça que ela proíba esses aplicativos”, disse Picciani.

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