Vereadora afirma que foi agredida por ser do PT: 'É a política de intolerância'- Fonte O Globo

Janaina Ballaris, de Praia Grande, SP, ficou com várias marcas pelo corpo.
Acusado pela vereadora, suposto agressor diz que, na verdade, foi vítima.

 

 

 Vereadora petista afirma ter sido agredida

A vereadora Janaina Ballaris, do PT de Praia Grande, no litoral de São Paulo, afirma ter sido agredida por dois homens na última sexta-feira (12), após um evento do 5º Congresso Nacional do partido. Segundo a vereadora, o episódio teve início quando ela conversava com outro integrante do partido no local. Nesse momento, três homens teriam começado a agredi-los verbalmente.
“Eu estava com o meu marido e fomos jantar com os delegados do partido e militantes. Quando voltamos, ajudei uma menina da juventude do partido e estava conversando com um vereador de outra cidade. Ele estava fumando um charuto e surgiram esses homens o chamando de bandido, dizendo que ‘estava fumando charuto com o dinheiro do povo’, que era coisa da ‘petralhada’. Eu tentei argumentar, mas não conhecia nenhum deles. Fomos caminhando e discutindo. Depois de algumas ofensas, um deles me pegou pelo braço e me colocou no elevador. Ele me agrediu, apertou o meu pescoço. Uma mulher gritou e pediu para que ajudassem. O pessoal do PT e o meu marido apareceram”, diz.
Janaina lembra que foi nesse instante que os ânimos ficaram ainda mais acirrados. “Meu marido e dois militantes ajudaram. O meu esposo perdeu o controle. Nenhum homem fica calmo vendo a mulher sendo agredida. Foi uma briga generalizada. Depois disso, esses homens, que a gente não conhecia, subiram para o quarto deles no hotel. Nesse momento, pedi para que chamassem a polícia. Depois, todos nós fomos para a delegacia. Passei por exame de corpo de delito e registrei um Boletim de Ocorrência”, explica.
Na delegacia, a petista relata que os homens teriam continuado a destinar ofensas a ela e aos integrantes do partido. Porém, a postura da delegada que registrou a ocorrência também incomodou Janaina. “Não foram os três, porque um deles conseguiu fugir. Mas foi um absurdo. Na delegacia, eles continuaram com os xingamentos, diziam que o Lula tinha que morrer e que o PT tinha que acabar. Falei com a delegada sobre a situação, que uma pessoa não tem o direito de fazer isso, independentemente da ideologia política. Mas a delegada falou que ‘todos estão por aqui com o PT’ – em um gesto, com a mão na altura da testa, que demonstra que as pessoas não toleram mais determinada situação”, conta.

Desta forma, a vereadora de Praia Grande registrou uma queixa contra a delegada responsável pelo caso na Corregedoria da Polícia Civil. Na visão dela, alguns opositores ao PT têm mostrado atitudes extremas. “Estava muito abalada e chorei. Ela é uma pessoa da lei, está ali para ser imparcial. O que me chama a atenção e que eu penso é que indaguei sobre a possibilidade de um exame toxicológico e a delegada falou que era ela quem ia decidir se isso seria feito ou não. Esperava outra postura dela, mais neutra. Infelizmente, hoje existe uma política da intolerância, em vários setores. O PT tem dois milhões de militantes, mas alguns se envolveram em casos de corrupção. Não podem colocar 'todos no mesmo saco'. Temo que, por causa dessa cultura do ódio, qualquer dia haja uma fatalidade”, afirma.
Outro lado
Dos suspeitos de agredirem a vereadora e, depois, terem travado um confronto com outros petistas, um deles apresentou laudo médico atestando lesões na clavícula e tornozelo. Em postagem reproduzida no perfil de uma rede social, que aborda principalmente temas políticos, Marcello Reis escreveu: “Graças a Deus acabo de chegar em São Paulo. Agora é partir para a recuperação e continuar a nossa GUERRA entre o Bem e o mal (PT)”, postou.
Pelas redes sociais, os 'Revoltados ON LINE', grupo de Marcello que conta com mais de 840 mil seguidores no Facebook, saíram em defesa do membro. "Marcello Reis foi espancado, por volta das 3h, dentro do Hotel. Ele saiu para jantar e na volta foi surpreendido por profissionais de luta do Partido dos Trabalhadores. Apanharam muito e de lá foram para a delegacia. Estamos em contato com o Ministério Público, que entrará com investigação. Quanto mais baterem, maior será a nossa força para prosseguir".


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