REBECA ANDRADE- APENAS UMA SOBREVIVENTE MULHER NEGRA PERIFÉRICA-

 ORGULHO DELA, SIM, MAS VERGONHOSO PARA O BRASIL- NADA A COMEMORAR




Vendo toda essa euforia com a emocionante e brilhante participação dessa guerreira, fico aqui pensando e constatando:  Quantas Rebecas, Rafaelas ( lembram, prata no judô ) continuam se perdendo dentro de comunidades e periferias por esse país afora?

Predominantemente nascidas em famílias de baixa renda e desestruturadas, fruto da desigualdade social brasileira histórica com origem na ESCRAVIDÃO. 

Assim, continuamos dependendo apenas de Projetos Sociais, onde essas meninas e meninos também, são encaminhados para o esporte, onde recebem além da ajuda na formação do cidadão, alimentação adequada que não tem em seus lares, um pouco de atenção e carinho, mas ainda muito aquém do desejável para a CARÊNCIA que temos nessa parcela considerável da população. 

Mas infelizmente a realidade é imensamente triste, pois a cada dia que passa tornam- se sim " MÃES SOLO " precocemente, aos     
12/13 anos, a partir daí é o caos, pois sem ajuda do pai da criança, passam a depender dos pais ( também sem condições ) e se sujeitam a qualquer coisa  (até ao BOLSA FAMÍLIA de R$ 75,00 por pessoa- e como tem pessoas que reclamam de pagar imposto pra isso ) para o auto- sustento e de sua(s) cria(s) e ao completarem 18 anos, a prostituição, o álcool e as drogas passam a ser a opção mais viável. 

Por terem que abandonar os estudos, tornam- se mão- de- obra barata, principalmente doméstica para nossa Elite e Classe- média, que é o que eles desejam, que em nada difere das servas do tempo da escravatura. 

Se nada for feito para uma melhor distribuição da renda, vamos continuar a ter uma Rafaela aqui, uma Daiane ali e uma Rebeca acolá e o CAOS SOCIAL, VIOLÊNCIA  VIGENTE, COM O EXTERMÍNIO DE NEGROS POBRES E PERIFÉRICOS. LAMENTÁVEL, NADA A COMEMORAR!!!!! 





Rio, 03/08/2021

Emocionante, brilhante, a nova medalha de ouro dessa sobrevivente/exceção, carismática, humilde, uma verdadeira campeã da vida. Queria eu que essa vitória tão representativa chamasse atenção da nossa sociedade racista, egoísta ao extremo, que só quer saber das suas falsas vitórias pessoais e de sua raça caucasiana, com sua riqueza herdada de nossos colonizadores europeus, mas acho bem difícil, pois não querem ceder o lugar dos seus filhos e netos, a séculos. Menos injustiça social, mais Rebecas e Rafaelas!!!!!!





 

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